terça-feira, 10 de março de 2009

Soneto do Amor Total



Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes

1 comentário:

Helena Peixoto disse...

Olá...

Comecei a manhã com uma surpresa tão bonita que adoçou o meu acordar... Este poema, um dos mais bonitos do Vinicius e lido pela Bethania... Não resisti a comentar para dar os parabéns pelo bom gosto e, sobretudo pela coragem de falar de amor num mundo tão cruel e frio como o que vivemos...